Os dias depois do velório foram tristes, mas meu baby me dava força para continuar, fui a minha 1ª consulta, estranhei a postura da minha médica, pois ela não me examinou, não me pesou e nem mediu minha pressão, mais como sou marinheira de 1ª viagem achei que poderia ser mais completa, mas... Tudo seguia certo, até que fiz meu 1º ultra em 01/03, o médico que fez a ultra me assustou um pouco, pois o tamanho do embrião não correspondia a semana gestacional calculada pela DUM, pediu que eu repetisse depois de 15 dias, pois poderia ser somente um fase de transição, normal na maioria das gestações. Quando chegamos no começo da semana que deveria ser feita a outra ultra, comecei a ter um sangramento, a principio amorronzado, fui ao PS, e o médico plantonista me explicou, falou que não tinha problema, pois sangramento nessa cor indica sangue antigo, e que precisaria me preocupar. Fiz um novo ultra no dia 18/03, na esperança de ouvir o coraçãozinho do baby, já que dei mais tempo que o médico pediu. Vimos o baby, bem maior que a 1ª ultra, mais estava sem batimentos, a médica também se espantou, e me assustou. Saí da clínica e fui para o PS, apesar do sangramento continuar, a médica do PS me acalmou, mostrando que minha placenta estava redondinha.
Fui para casa, e no sabado de madrugada, lá pelas 2 da manhã, comecei a ter cólicas fortes, com intervalos, mais nada de sangue vermelho, passei a noite quase toda em claro, no domingo já não tinha mais dores, segui de repouso como recomendado pela médica na sexta feira. Na segunda fui trabalhar normalmente, e não senti nada, a noite quando cheguei em casa, tive um sangramento com sangue vivo, fui rapidamente ao hospital, chegando lá fui examinada, o médico me garantiu que estava tudo bem com o baby, e pediu um exame apenas para tirar minhas "minhocas" da cabeça. Fui ao hospital fazer o exame, a espera foi uma tortura, e quando começou o exame o médico foi direto: - Não tem mais nada aqui!!! Você perdeu o bebê!!!.
Aquilo caiu como uma bomba para mim, nem processei a informação direito, foi tão devastador que nem sabia o que faria, e acabei indo trabalhar. Fiquei com aquelas palavras ecoando na cabeça, nunca vou esquece-las.
Pensei: De quem é a culpa? Minha que não procurei o médico antes? Dos médicos que me atenderam e não identificaram o aborto, do médico da ultra que me examinou três dias antes de veriam ter encontrados indícios do que poderia acontecer, mais do que adiantaria, nada traria meu anjinho de volta, e sei que a vontade de Deus foi essa, e nenhuma das minhas atitudes mudariam isso. Depois pensando bem, fui ao PS umas 10 vezes, 3 delas no fim de semana anterior ao aborto, a culpa não foi minha, quando me senti insegura procurei ajuda. Simplesmente tinha que acontecer.
Amanhã fazem 4 meses da despedida do meu anjinho, ainda dói, mais como minhas outras dores, aprendi a lidar com elas. Vou tentar passar por aqui mais vezes, me expressar faz a dor diminuir.
O 2º semestre já começou, e espero só ter boas notícias!!!
Beijos férteis!!!
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